Considerando que é essencial encorajar as relações de amizade entre os povos das diferentes Nações e na sequência da Geminação entre o Município de Matosinhos e Cidade de Mansôa, correspondendo apelo de varias pessoas reivindicando a necessidade de criar Associação, como forma de aproximar as duas cidades e os dois Povos. E assim nasceu a Associação de Amizade Matosinhos / Mansoa há dez (10) anos, constituída e reconhecida legalmente no cartório Municipal de Concelho de Matosinhos e publicado no DR (Diário da República número 93, 20 de Abril de 2000, série III, 8686-(13). Materializando varias actividades que culminou com envio de medicamentos e livros para Mansoa. O conserto de músicos no pavilhão poli-desportivo de Matosinhos em que participaram artistas como o Angolano Bonga, os Excessos, em causas humanitárias para apoiar vítimas da guerra de 07 de Junho.
É uma organização aberto a todos, independentemente do local de origem ou Nacionalidade, e é apartidária.
em particular com um atraso estrutural gritante, surge a necessidade de criar esta Associação com intuito de apoiar em mais diferentes áreas da sociedade e sem fins lucrativo,com um projecto de
abrangência e transversal e que atinge toda a sociedade. A nossa associação assenta-se no pluralismo de ideias, cuja garantia de livre expressão, constitui o pressuposto indispensável ao gozo dos direitos e liberdade fundamentais, privilegiando o diálogo como forma de concertação, também de entendimento, aproximação e tolerância, visando a procura de acordo activo entre interesses divergentes em prol de um bem comum. O direito a diferença como condição inerente a natureza humana e indispensável para afirmação integral da personalidade de cada individuo, direito esse tanto mais efectivo quanto maior for a igualdade de oportunidade.
Porem, o desconhecido torna cada vez mais difícil o relacionamento e capaz de produzir actos que revoltam a consciência humana, por isso a nossa Associação serve como um espaço de intercâmbio diverso a favor de progresso social e de instaurar melhores condições de vida dentro de uma ampla liberdade.
É a sociedade civil que compete traduzir em liberdade os novos valores e formas de cultura com uma expressão criativa cultural incentivando a participação activa e íntegra que é componente determinante de todos os aspectos sociais, para satisfação das necessidades básicas (habitação, saúde, alimentação e educação, rendimento, os índices fundamental do desenvolvimento humano) ter a cultura de trabalho, para melhorar a sua qualidade de vida. Em suma nós queremos a promoção da pessoa humana para congregar convívio e a união entre povos com vista a definição de laços e valores culturais como fruto de livre manifestação, espontânea e responsável individual e comunitária dignificando cada um e colectivamente.
Viva a Guiné-Bissau
Dr. Malam Djassi
1-Conosaba: O
Senhor Embaixador nasceu em Bissau, certo? Por outro lado, o senhor tem
fortes ligações umbilicais a Mansoa (Mancalam), porquê? Tem orgulho de
ser um neto de Mansoa?
Dr. Malam Djassi: É certo que nasci em Bissau, mas guardo lindas recordações de uma parte da infância passada em Mansoa. A minha avó materna, Cadi Sambu era de Mancalam, o que fez com que eu e os muitos primos passássemos o nosso tempo entre essa localidade, Ksanah e Mansoapropriamente
dita. Foi uma infância muito feliz, recordo-me do trabalho que dava ao
meu pai quando ia me buscar para o início das aulas em Bissau. Não
queria sair de Mansoa, porque aí sim, é que era a boa vida sem os
horários da escola e outras preocupações.
2-Conosaba: O Clube de Futebol “Os Balantas”,
de Mansoa já foi um dos mais prestigiados na história de futebol na
Guiné-Bissau. Fundado em 1946, foi o primeiro clube campeão de
Guiné-Bissau após a independência (...), o senhor é fã, adepto incondicional do Clube de Futebol “Os Balantas” de Mansoa? Inclusive os seus tios e primos jogaram e fizeram história neste grande clube, por favor comente?
Djassi: Alguns
tios e primos meus fizeram História no clube Os Balantas e lembro-me
que me levavam a assistir a alguns jogos no campo, que continua ainda no
mesmo lugar de sempre. Apesar de não ser grande adepto do futebol, o
clube Os Balantas era quase assunto de família, porque o patriarca, o
meu avô Anssumane Queta, vibrava com o feito dos filhos nos grandes jogos. Lembro-me do meu tioMarabu, dos primos Sila, Sulai e do José Anssumane Queta que deu o nome ao estádio da localidade de Bula.
3-Conosaba: O Senhor Embaixador confirma que ofereceu recentemente (por intermédio da Associação de Amizade Matosinhos/Mansoa) vários equipamentos de futebol ao seu Clube de coração ‘os Balantas’ de Mansoa, 22
pares de camisolas, calções, meias, pares de botas, caneleiras, fatos
de treinos, toalhas, bolas, cones de treino, coletes de treino, bonés,
luvas, apitos etc. Foi uma iniciativa inédita da sua parte. Nunca nenhum
filho de Mansoa teve este gesto tão importante e crucial para o
desenvolvimento do Futebol em Mansoa. Em suma, apoiando o Clube de todos
nós os BALANTAS DE MANSOA.
Djassi: Já
havia prometido a anterior Direcção do clube ver em medida poderia
ajudar a equipa em contactos com outros clubes daqui da Alemanha, além
de material desportivo. Mas por diversos motivos tal não se verificou,
acabei por não poder ficar insensível ao apelo desta nova Direcção e
encetei contactos ao nível do clube Bayern de Munique, onde tenho alguns
amigos, a quem falei de clube futebol Os Balantas de Mansoa. Este será o
primeiro lote completo de equipamentos oferecido ao clube por uma
Empresa que pretende investir na Guine-Bissau. Outro empresário que já
oferecera material hospitalar ao nosso país, manifestou interesse em
apoiar a Selecção nacional bem como Os Balantas de Mansoa.Devo recebê-lo na próxima semana porque está interessado a deslocar-se a Guiné-Bissau muito rapidamente.
4- Conosaba: Qual é a razão que o levou a apoiar o Clube Futebol os Balantas de Mansoa? Se sim. Comente.
Djassi: Penso
que a História de um clube como Os Balantas não se deve perder assim,
porque um povo sem memória, é um povo morto. Lembro-me de ter assistido
muitos filmes no cinema do clube, além de torneios de hóquei em patins, e
de basquetebol. Por outro lado, a juventude de Mansoa deve ter razões
para querer continuar a viver e a trabalhar na cidade. Isso só será
possível, se houver infraestruturas e outras condições que tornem
agradável esta pérola do Oio. Mansoa já foi uma terra "sabi de mass"!
5-Conosaba:
Consta-se que, o Senhor. Embaixador quer ajudar o clube a concretizar
grandes projectos através de parcerias com alguns clubes europeus para
que o nosso clube volta a ser o que era no passado, isto é: ganhar
muitas taças, campeonatos nacionais e devolver a alegria aos Mansoenses,
é verdade isso?
Djassi: Sim, é certo que existem contactos com o Bayern de Munique, e
só não fomos mais longe ainda por causa do Europeu, que alterou todo o
programa. Mas, se a Direcção de Os Balantas for séria e estiver
empenhada, eu posso ajudar a abrir as portas, mas o resto terão que ser
eles a fazer, porque não percebo nada do futebol e não saberia negociar
convenientemente. Com o esforço e empenho de todos poderemos recuperar
prestígio do clube.
6-Conosaba:
Uma das iniciativas desta nova direcção do clube centra-se mais no
diálogo (contacto directo) com filhos e amigos de Mansoa, que vivem fora
do País para ajudar a erguer de novo as infraestruturas completamente
degradadas do clube. O que lhe parece esta iniciativa, Sr. Embaixador?
Djassi: É
uma iniciativa bastante louvável, porque não conheço ninguém, que tenha
uma ligação de perto ou de longe com Mansoa, que não sinta o abandono a
que a cidade e o clube estão votados. Apelando à mobilização dos filhos
e amigos de Mansoa na diáspora, estou certo de que a Direcção irá
conseguir bons resultados.
7-Conosaba:
Com a globalização, a emigração tem-se tornado cada vez mais um assunto
que desperta muito interesse, por parte dos estudiosos. A emigração tem
ganho um forte cunho nas Relações Internacionais, já que com a alteração
do Sistema de Relações internacional, o Estado deixou de ser o único
actor da cena Internacional, concorda com esta afirmação ou não?
Djassi: Não
é algo recente o que estamos a verificar hoje, um pouco por todo o
lado, no passado recente houve movimentos populacionais muito
importantes e, em diversas direcções. Torna-se mais visível hoje
devido à globalização das comunicações e da facilidade com que nos
deslocamos de um lugar para outro. Mas os Africanos emigram mais para
dentro do próprio continente do que para fora, por isso todo o barulho
que se faz a volta da emigração é um falso problema.
É claro que
temos que melhorar o governo dos nossos países, oferecendo mais e
melhores condições de vida para as nossas populações. Nada justifica
tanta miséria, doenças, precariedade da vida, num continente tão rico
como África. Trata-se de uma questão de amor próprio, ambição, o que no
idioma mandinga (mandinkan) se diz "hammo"!
8-Conosaba:
Senhor Embaixador, na sua opinião, a Guiné-Bissau deveria dar mais
importância a nossa Diáspora no que diz respeito a Política externa para
alavancar o desenvolvimento do País?
Djassi: O
nosso país deve ter uma verdadeira política de emigração, tendo em
conta o número importante de guineenses que vivem no exterior, e quase
todos com a remota vontade de regressar um dia ao chão patreo. Temos que
pensar na educação, na saúde, e mais infraestruturas. Mas por outro
lado a nossa diáspora tem que ser mais ambiciosa e querer mais, nos
lugares onde se encontram, lutando por uma mais efectiva integração,
assumindo protagonismo, não se limitando apenas a pequenos trabalhos de
sobrevivência. O primeiro deputado da Alemanha é um indivíduo do
Casamanse com quem me comunico num idioma bem africano, o mandinkan e o
próximo será certamente uma jovem camaronesa de Freiburg. Mas existem
guineenses que poderiam aspirar a esses lugares.
9-Conosaba: Nós sabemos que Sr. Embaixador vive em Berlim. Há
muitos guineenses a viverem na Alemanha? Quantos são? Onde trabalham? E
os estudantes? Existem Associações guineenses na Alemanha?
Djassi: Com
a crise que se abateu sobre os países do sul da Europa, muitos
guineenses vieram para a Alemanha, a procura de novas oportunidades. O
grosso da emigração se encontrava na cidade portuária de Hamburgo e que
conta com uma Associação presidida por uma senhora muito dinâmica, a Solange Barbosa, estamos
a tentar ver se os de Berlim também conseguem criar uma Associação que
melhor possa defender os seus interesses. Nos próximos dias farei uma
visita oficial as autoridades de Hamburgo, com o objectivo de lhes falar
da nossa comunidade e do seu apego a essa cidade hanseática
10-Conosaba:
Tem muitas ou poucas saudades do Porto (cidade invicta)? Cidade onde o
Senhor fez a licenciatura, ainda tem boas recordações daquele tempo de
estudante?
Djassi: A
cidade do Porto tem um lugar muito especial no meu coração. Passei nela
momentos inolvidáveis, a minha formação, os amigos para toda a vida que
aí fiz, os colegas, os lugares, o cheiro, a comida e as suas gentes sem
esquecer o falar a Porto que gostava de escutar no Bolhão. A Invicta é a
minha outra cidade!
11-Conosaba: Após a independência na Guiné-Bissau, surgiram muitas bandas musicais no nosso país,certo? Consta-se
que o Sr. Embaixador fez parte de uma delas, é verdade? Cantou ou tocou
algum instrumento musical na banda onde esteve?
Djassi: Cheguei a música pelas mãos do Atchutchi, que
após a sua chegada a Bissau, nos primórdios da independência, criou um
grupo coral do qual fiz parte, e mais tarde levou-me para o Mama Djombo.
Algum tempo depois, estava no Pó Ferro, com o Guilherme Semedo,
Marceano Sousa Cordeiro, e
outros, e mais tarde transferi-me para o Mbaranso, grupo no qual, sem
falsa modéstia, marcamos o panorama musical Guineense. Já não cantávamos
só músicas de amor e glória dos combatentes, mas também críticas
mordazes do que já se vivia, o que nos valeu alguns dissabores, apesar
de sermos um conjunto musical ligado a UNTG. Cantava juntamente com o
Daniel, Sene, Domingos Yoga e Ntchoba, enquanto que o Kakaio, Dutche,
Herculano, Sisse, Nununo, Beto eram os guitarristas; o Julião e o Tadeu
estavam na percussão. Mais tarde agregamos uma secção metálica com o
exímio Augusto Agebane e o Amona. O conjunto acabou porque muitos foram
estudar e outros ainda hoje estão ligados a música . Mas é nossa
intenção reunirmo-nos um dia para gravar um CD como testemunho da nossa
passagem na História da música Guineense. De vez em quando a Rádio
nacional Guineense passa as nossas músicas.
12-Conosaba:
Conte-nos um pouco sobre como começou o seu interesse pela diplomacia?
Teve a influência de alguém para ser diplomata de carreira?
Djassi: Sempre
quis ser diplomata desde o dia em que vi a imponência com que Queba
Biram Cisse, o primeiro Embaixador do Senegal em Bissau entrava numa
recepção, na antiga Associação Comercial.
Principais referências e inspirações
E depois ver
homens como Alexandre Nunes Correia, Boubacar Toure e tantos outros,
despertou em mim a curiosidade de entender essa coisa de representar o
seu país. Ao concluir a minha licenciatura no Porto, recebi o honroso
convite do Chefe de Gabinete do MNE na altura o actual Embaixador Soares
da Gama. Nem pestanejei, aceitei logo e regressei quase de
imediatamente a Bissau. Lembro-me que na minha primeira entrevista com o
Ministro Júlio Semedo, ele quis que eu ficasse logo nos seus serviços e
aí comecei a aprender o ofício de ser diplomata ao lado de João Soares
da Gama. Uns meses depois vim para um estágio de Formação Diplomática e
Consular com a duração de um ano no Palácio das Necessidades em Lisboa.
Depois disso, a minha carreira estava lançada, e um ano depois nos Altos
Estudos Internacionais em Genebra, parto para o meu primeiro posto em
Portugal, com o Embaixador Adelino Mano Queta. Nesse posto tive o
privilégio de participar activamente em todo o processo que levou a
constituição da CPLP. Tem sido uma profissão gratificante que abriu
horizontes que não ousava imaginar e pude conhecer gente remarcável. É
um aprendizagem constante e gosto do meu trabalho.
13-Conosaba:
Para terminar, Sr. Embaixador, o Picasso representou a Paz por uma
Pomba Branca. Se tivesse que representar a Paz na sua terra,
Guiné-Bissau como o faria?
Djassi: Os
Guineenses são por natureza um povo pacífico. Quando a ambição
desmedida fez com que, alguns perdessem a vergonha e o respeito um pelo
outro, as coisas começaram a sair dos eixos. Mas começamos bem como país
e já éramos citados como exemplo, tendo por isso causado alguma inveja a
alguns países...; como símbolo da paz escolheria o flamingo rosa que
traz os odores do bom tempo das ilhas Bijagos e na lagoa de Cufada,
reafirmando como se tal fosse necessário, a beleza desta terra e das
suas gentes, unidos na sua diversidade.
Feito por: Pate Cabral Djob
Porto, 05 de Julho de 2016
Fim
NOTA: MAIS UM FILHO DE MANSÔA QUE DESEMPENHOU CARGOS NA DIPLOMACIA EM VÁRIOS PAÍSES. E NESTE MOMENTO DESEMPENHA O POSTO DE EMBAIXADOR PLENIPOTENCIÁRIO DA GUINÉ-BISSAU EM BERLIM (ALEMANHA).
No passado sábado, dia 06 de Agosto de 2916, pelas 15 horas - na rua do
Salitre, nº185 - 1 Esq, em Lisboa, ASSOCIAÇÃO DE AMIZADE MATOSINHOS
MANSÔA adiante designados por ASSOCIAÇÃO DE FILHOS DE MANSOA E AMIGOS,
recebeu do Dr. Malam Djassi (Embaixador
na Alemanha) vários equipamentos desportivos destinado ao Clube Futebol
os Balantas de Mansoa - (22 pares de camisolas, calções, meias, pares
de botas, caneleiras, fatos de treinos, toalhas, bolas, cones de treino,
coletes de treino, bonés, luvas, apitos etc.).
A direcção da associação recebeu, agradeceu e reconheceu o nobre gesto inédito do Embaixador.
"Contactei Bayern de
Munique, um dos maiores clubes da Europa, no qual temos amigos, quando
ouviram falar do futebol dos Balantas de Mansoa e do futebol da
Guiné-Bissau e, da possibilidade da Guiné-Bissau vir a ser viveiro de
grandes futebolistas, manifestaram~se prontos em me ajudar. O que
complicou o processo foi o campeonato Europeu de futebol, que estagnou
por completo o processo. Agora, com fim do Europeu e inicio dos
campeonatos, vou regularmente ao Munique, vamos retomar as
conversações", disse o Embaixador Malam Djsassi
Conosaba
Lassana Mané
Economista
Opinião: Resgate de bancos: uma necessidade imperiosa ou uma perda de coerência intelectual?
Em Julho de 2015, o antigo governo da Guiné-Bissau liderado por
Domingos Simões Pereira, na pessoa do seu ministro das finanças, Geraldo
Martins, contraiu secretamente um crédito na ordem de 34 mil milhões de
francos CFA ($57,81 milhões de dólares) para a limpeza da carteira de
créditos privados mal parados. Em outras palavras, o governo transferiu
as dívidas privadas de um grupo de pessoas, para o povo guineense. Esta é
uma operação desnecessária e incoerente, porque de um lado, o aumento
da dívida pública pode ter impacto negativo no crescimento económico.
Por
Lassana Mané* | lasmane@gmail.com
No contexto de um país como a
Guiné-Bissau que tem acusado sistematicamente o défice de balança de
pagamento, o país é obrigado a endividar-se para poder continuar a
funcionar normalmente. Cada ano que o governo acusa défice, o Estado
guineense deve endividar-se de novo para cobrir as suas despesas
correntes e, ao mesmo tempo, pagar as dívidas anteriores, o que acaba
por aumentar os custos dos serviços da dívida, nomeadamente o pagamento
de juros e reembolsos do capital. Todas estas despesas acabam por
aumentar o défice da Guiné-Bissau.
Este ciclo vicioso pode colocar o país numa situação preocupante
porque a sua política orçamental vai-se deteriorando e a sua insolvência
aumenta. Em consequência, os credores do país acabam por perder a sua
confiança no país e mudam as suas opiniões, como pode ser o caso do
Fundo Monetário Internacional, no quadro do empréstimo alargado à
Guiné-Bissau. Ao não disponibilizar os tais créditos prometidos, a
decisão do FMI pode colocar o país numa posição de grave crise
financeira.
Por outro lado, se o crescimento económico for fraco (como tem sido
na maior parte dos casos), o rácio de solvência se degrada. O rácio de
solvência é a relação entre o Produto Interno Bruto (PIB), um indicador
da riqueza do país directamente ligado ao crescimento económico, e o
peso da sua dívida. Com uma tal degradação, a dívida de um país começa a
ser insuportável e, consequentemente, corre-se uma situação de risco de
falência. Então questiona-se: porquê salvar os Bancos de risco de
falência e colocar o estado numa posição delicada que no futuro pode o
levar à falência? Entre as duas hipóteses, qual é a mais grave?
Numa economia de mercado normal, se um credor (neste caso um banco)
emprestar dinheiro que não conseguiu recuperar, porque analisou mal os
riscos, ele assume as perdas e as devidas consequências. De igual modo,
se uma empresa se endividar e investir mal o dinheiro e se encontrar na
impossibilidade de pagar, ela declara falência. Neste caso específico
talvez o problema seja dos bancos que perderam o dinheiro e das empresas
que vão à falência, mas certamente não deveria ser um problema do
governo e do povo da Guiné-Bissau.
Uma análise coerente e inteligente podia reconhecer facilmente o
facto que a operação de resgate aumentaria significativamente as
despesas do governo e não seria capaz de reduzir os riscos assumidos
pelos bancos e nem modificaria o comportamento dos empresários em
defeito de pagamento.
A tal operação de resgate não é só incoerente, mas também não
reforçará a eficiência global da economia nacional, porque os grandes
beneficiários são accionistas privados e estrangeiros dos bancos
“resgatados”. Ironicamente, o antigo governo proferiu não divulgar a
lista dos beneficiados.
Qual é a dimensão dos bancos resgatados? Quais são as interconexões e
o risco de contagio com as outras instituições financeiras no país e
com o resto da economia nacional? Os bancos resgatados podem ser
substituídos pelos outros bancos comerciais concorrentes no país?
Quantos empregos serão criados ou serão preservados com a decisão dos
antigos governantes?
Independentemente de respostas a oferecer, numa economia como a
nossa, onde a maioria das actividades comerciais não passam pelo sistema
bancário — pois a nossa economia é muito informal — a intervenção do
Estado nesta situação é desnecessária.
Custo financeiro e social do resgate
Segundo algumas informações ainda não confirmadas, o governo da
Guiné-Bissau contraiu a dívida com os dois principais bancos num custo
de 7% anual para um prazo de 10 anos. A confirmar estes dados, só os
custos de juros serão, aproximadamente, por volta de $4 milhões de
dólares anuais (2,3 bilhões de FCFA numa taxa de conversão nominal de $1
= 581,55 FCFA) ou seja, $40 milhões de dólares num período de 10 anos
(23,2 bilhões de FCFA correspondentes a 68% da dívida contraída).
Adicionando o capital inicial emprestado de $57,81 milhões de dólares, o
custo geral do resgate para o povo guineense será na ordem de $97
milhões de dólares, ou seja 56,4 bilhões de Franco CFA.
A dívida será assumida pelas crianças e jovens guineenses que verão
os seus futuros hipotecados pela ausência de investimentos públicos nos
serviços sociais adequados; pelas mulheres “bideiras” que trabalham
honestamente para ganhar o mínimo para as suas sobrevivências e que
devem pagar impostos ou taxas no quadro das suas actividades económicas;
pelos funcionários do Estado que são frequentemente privados dos
salários durante meses (que na lei internacional do trabalho é
considerado de crime); pelos artistas e homens da cultura que nunca
receberão apoios financeiros significativos para desenvolver e promover a
cultura nacional, etc.. E, tristemente, os principais responsáveis pela
dívida continuarão os estilos de vida e de consumo que ostentam para
provar os seus “superiores” estatutos sociais.
Elaborar uma concepção intelectual e coerente das políticas da
intervenção do Estado no sector privado é, antes de tudo, identificar os
principais factores de risco e de disfuncionamento do sector e analisar
as medidas precisas para prevenir ou reduzir o tal disfuncionamento
financeiro e económico. E mais que isso, o governo deve ser capaz de nos
mostrar em como uma intervenção ou outra é a melhor forma de prevenir o
problema, remediá-lo ou atacar qualquer situação de constrangimento que
surgisse ao longo do processo.
Do ex-governo guineense ainda não há informações oficiais, mas as
explicações do então ministro da Economia e Finanças, Geraldo Martins,
nas suas
notas através da sua página pessoal no Facebook, parecem-me perturbadoras e incoerentes em relação aos avanços registados no mundo à luz das teorias económicas.
Primeiramente, nenhuma intervenção do Estado na economia garante um
crescimento económico de maneira sistemática e sobretudo a longo termo.
Um resgate por si só não garante o crescimento económico.
Segundo, na sua quinta nota explicativa da razão do resgate aos
bancos, o ex-ministro disse o seguinte: “Os bancos atribuíram a situação
ao golpe de estado de 2012 que terá prejudicado muitos operadores
económicos”. Se consideramos a instabilidade política como um factor de
instabilidade económica, então não faria sentido nenhum o Estado
guineense assumir quaisquer dívidas resultantes de tais condicionalismos
porque ninguém pode afastar as possibilidades para mais recorrências.
Aliás, este parâmetro de risco tem um impacto negativo na percepção e
consequente crescimento económico do país, enfraquecendo as instituições
públicas e privadas, promovendo a corrupção e desencorajando todo tipo
de investimento. Ao contrair uma dívida bancária dos terceiros sob o
pretexto de uma instabilidade política e militar, os ex-governantes
mostraram-se incoerentes na forma de gerir a economia nacional.
Terceiro, dependo das circunstâncias e da necessidade de intervenção, o Estado pode agir de duas formas:
- Através de uma política conjuntural (intervenção a curto termo com objectivo de controlar a demanda global)
- Através de uma política estrutural que se preocupa mais com as
condições de funcionamento dos mercados e do potencial de crescimento
económico a longo termo.
A operação de resgate pode ser considerada como uma política
conjuntural que é uma combinação da política monetária e orçamental. Os
sustentos dessa política são essencialmente baseados nas políticas
monetárias e de câmbio para agir sobre a liquidez. E como a Guiné-Bissau
não tem o controlo da sua política monetária devido à zona monetária
UEMOA onde está inserida, o Estado (governo, neste caso) não pode agir
sobre a massa monetária, nem sobre as taxas de juros para incentivar o
investimento. Aliás, a sua política orçamental e fiscal carece de
sustentabilidade porque depende fortemente das ajudas externas e a sua
capacidade de gerar receitas é fraca. Então a tentativa de salvar os
bancos com o pretexto de estimular a demanda global tem pouco chance de
sucesso, com previsões praticamente nulas.
Quarto e último, a teoria de Relance Económica de um dos melhores
economistas de todos os tempos, John Maynard Keynes (1883-1946), diz o
seguinte: O governo pode aumentar as suas despesas públicas e reduzir
impostos e a receita fiscal para aumentar a demanda global e estimular a
economia. O economista britânico sugere a injecção de dinheiro líquido
na economia através de investimentos nos novos projectos, como forma de
permitir as empresas aumentar a produção, gerar lucros, criar mais
empregos e melhorar salários. Keynes, por último, fala do aumento de
salários como forma de aumentar o consumo de bens produzidos. Estas são
as formas mais coerentes e universais de relançar a economia de um país.
Lições económicas de lado, para além do processo de resgate ter sido
conduzido com uma total falta de transparência (e em secretismo), ele
também carece de coerência micro e macroeconómica, técnica e
intelectual.
*Economista e Planificador Financeiro junto ao Royal Bank de Canadá.
NOTA: UM GUINEENSE QUE SAIU CEDO PARA O CANADÁ ESTUDAR. TERMINOU A SUA LICENCIATURA E TRABALHA COMO ECONOMISTA NUM DOS BANCOS MAIS PRESTIGIADOS DO CANADÁ (ROYAL BANK DO CANADÁ). MAIS UM FILHO DE MANSOA, ENTRE MUITOS QUE ENCONTRAM NO ANONIMATO, ESPALHADOS NOS QUATRO CANTOS DO MUNDO, E QUE ESTE TEU/NOSSO BLOG PASSARÁ A FALAR DELES PARA O CONHECIMENTO DOS NOSSOS ASSOCIADOS E DO PÚBLICO EM GERAL.
Caros Mansoenses!
Pela vossa informação, cumpriu-se mais uma etapa na consolidação do
nosso Clube os Balantas de Mansoa. No conjunto de lotes enviados para
Bissau pelo Embaixador Dr. Malam Djassi. Agora é vez de um outro filho de Mansoa, na pessoa do Dr Lazaro que resolveu pagar as taças e faixas para FUTEBOL CLUBE OS BALANTAS DE MANSOA que seguiu hoje
para Bissau. Ainda falta seguir mais um lote de equipamento alternativo, incluindo duas
bandeiras (uma bandeira Nacional e outra do Futebol Clube os Balantas de Mansoa ) para
içarem no estádio na altura dos encontros. E os restantes equipamentos
alternativos também serão pagos pelo Dr Lázaro.
VIVA MANSOA
VIVA OS MANSOENESES
VIVA A GUINÉ-BISSAU
Portugal vence primeiro campeonato europeu de futebol com golo solitário do luso guineense, Éder
Bissau,11 Jul 16 (ANG) – A selecção portuguesa de futebol conquistou no
Domingo o seu primeiro campeonato europeu de futebol ao derrotar a
equipa anfitriã, a França por uma bola à zero, graças ao tento solitário
do luso guineense, Éder, aos 109 minutos do prolongamento.
“Posse
de bola para Portugal, vai Éder vai Éder, chutou e goooolo, goooolo,
goooolo. É,É,É,É,É, Édeeeer”, foi assim que os locutores portugueses da
RDP, Nuno Matos e Alexandre Afonso gritaram o golo de Portugal frente â
França no Estádio Saint Dennis, em Paris.
O seleccionar português Fernando Santos afirmou à imprensa no final do
jogo que antes de entrar em campo, o avançado Éder que milita no Lile de
França prometeu que ia marcar.
“Acho que a aposta foi correcta e quando lhe chamei ele proferiu uma frase fantástica. Mister vou fazer o golo”, explicou.
Fernando Santos sublinhou que o “patinho feio", tornou-se bonito em
alusão a contestação, por parte de alguns portugueses, da chamada de
Éder para a selecção portuguesa.
“Dedico esta vitória aos portugueses que nos apoiaram e que fez com que a selecção vem crescendo até conseguirmos a vitória”, elogiou.
Sem Cristiano Ronaldo, que abandonou o terreno de jogo em lágrimas após
lance dividido com o francês Payet, aos 8 minutos da partida, o conjunto
luso encarrou a partida com muita entrega, solidariedade e
organização.
Com o passar do tempo, a confiança foi aumentado e a entrada de Éder,
aos 79 minutos para o lugar de Renato Sanches, revelou-se determinante,
não só porque marcou o golo decisivo mas também pela forma como prendeu a
dupla de centrais gaulesa Umtiti e Koscielny que permaneceram na
defensiva sem poder subir no terreno.
O capitão da selecção portuguesa Cristiano Ronaldo, que não obstante ter
abandonado muito cedo a partida foi uma peça importante para motivar a
equipa.
No final do jogo Ronaldo disse à imprensa que queria jogar e participar mais, mas não conseguiu.
“Levei uma porrada desde o princípio do jogo e depois tentei ligar o
joelho para ver se conseguia dar a minha participação. Não consegui
porque vi que o meu joelho estava a inchar e estava a correr o risco
enorme e se continuava a jogar podia piorar”, explicou.
Segundo a RDP-Antena 1, o defesa central português Pepe, foi considerado
o melhor jogador em campo e o médio ofensivo Renato Sanches foi eleito o
melhor futebolista jovem do torneio.
Babum Imbadji e Adramane Djaló
Foi um grande jogo de futebol amigável que decorreu com normalidade e sem quaisquer incidentes.
'Taça Sulay Djaló'
A
Nova Direção dos Balantas, passará a homenagear todos anos os seus
antigos jogadores (os que faleceram e os que ainda estão vivos).
"Os Balantas de Mansoa 0 (zero) & Sport Benfica de Bissau 2 (dois).
Obs: Dizem que, o árbitro benefíciou um pouco, a equipa que veio de Bissau!
Um
jogo de homenagem a memoria do nosso querido irmão, futebolista
guineense, Sulay Djaló, que foi um dos melhores meio-campistas de sempre
que a Guiné-Bissau teve na sua história de futebol.
ex-Presidente da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo
O evento contou com a presença do ex-Presidente da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, (que,
a dias liderou uma missão de 29 observadores, distribuídos por sete das
nove ilhas, que se encontram em Cabo Verde para eleições presidências),
para entregar a taça a equipa vencedora.
Sulay Djaló, nasceu em Mansoa, jogou duas épocas nos Balantas de
Mansoa, e efectuou muitos jogos na Selecção de Futebol da Guiné-Bissau.
No dia 20 de Agosto de 1977, Sulay chega a Portugal para jogar no Clube
Futebol os Belenenses, em Lisboa. Clube de Futebol «Os Balantas» de
Mansôa, é Filial Nº 13 d’ Os Belenenses.
Em 1985, o antigo futebolista guineense morre em Lisboa, vitima de
insuficiência cardíaca (insuficiência cardíaca congestiva) é uma doença
grave em que a quantidade de sangue que o coração bombeia por minuto
(débito cardíaco) é insuficiente para satisfazer as necessidades de
oxigénio e de nutrientes do organismo.
Adramane Djaló, Presidente da Nova Direção dos Balantas de Mansoa.
Nasceu em Mansoa, em 25/02/68, fez estudos primários na missão católica
de Mansoa, depois de concluir 9º ano, mudou-se para Bissau. Em Mansoa
jogava a bola, que se farta! Foi um dos fundadores do Clube Bairro de
Luanda, para disputar todos anos o campeonato defeso, em Mansoa. Chegou a
jogar (estreia) nos Balantas num jogo contra Bula Futebol Clube,
posteriormente assumiu o cargo de vice-presidente de conselho técnico
dos Balantas de Mansoa.
De Bissau, emigrou-se para Portugal a procura de melhores condições de
vida. Mais tarde, resolveu regressar a Guiné-Bissau depois de 20 anos de
permanência em Portugal.
Conosaba
Os Balantas de Mansoa
Sport Benfica de Bissau
A Nova Direção dos Balantas
GUINÉ-BISSAU
UM GUINEENSE NO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL
AMINE SAAD